Tendência no mundo da alimentação preza por produtos sem aditivos, saborizantes e conservantes, além de embalagens com linguagem acessível para facilitar a compreensão dos ingredientes pelos consumidores.
O desenvolvimento da ciência nas últimas décadas permitiu investigar com mais precisão o impacto da alimentação sobre a saúde humana. Além de prevenir ou reduzir as chances de desenvolvimento de diversas doenças, manter uma alimentação saudável também proporciona qualidade de vida e melhoria da saúde mental também.
Contudo, hoje, buscar alimentos saudáveis não é suficiente. O crescimento da busca por produtos ecologicamente respeitosos, que também considerem todos os processos de produção de alimentos e refeições, é um fator que tem sido trazido para o debate público cada vez mais.
Nesse contexto, uma tendência que tem ganhado espaço é a alimentação clean label (que pode ser traduzida para o português como “rótulo limpo”). Se você ainda não conhece essa categoria, confira mais a seguir antes de fazer as suas próximas compras de mercado.
O que é?
Alimentação clean label designa produtos que prometem garantir mais saúde e respeito ao consumidor. Isso envolve não apenas as propriedades nutricionais, mas também a forma como eles são produzidos e se as embalagens trazem informações em linguagem simples (sem termos muito técnicos) e visualmente acessíveis.
A ideia é facilitar ao máximo a compreensão dos consumidores que, tendo boas informações, são mais capazes de escolher os melhores produtos para atender às suas necessidades. Além disso, o conceito clean label prevê que esses alimentos possuam quantidades reduzidas de conservantes, corantes, aromatizantes, saborizadores e aditivos, além de não terem ingredientes geneticamente modificados.
A regra é: quanto mais natural e orgânico, melhor. Isso é bom para a saúde de todos e, sobretudo, para pessoas com restrições alimentares ou algum tipo de intolerância a determinados ingredientes (como lactose e glúten).
Os aditivos de origem sintética podem ter um efeito tóxico sobre o organismo humano e, quando consumidos em excesso, podem ser fator de risco para o surgimento de doenças crônicas. Por não terem aditivos e adoçantes, os alimentos clean label são mais nutritivos e saborosos, já que possuem substâncias extraídas de vegetais, especiarias, ervas e frutas com potencial antioxidante e bom valor nutricional.
Por fim, no que se refere ao processo produtivo, esses alimentos são feitos a partir de técnicas de processamento e armazenamento menos agressivas, priorizando o uso de materiais recicláveis e cadeias de produção mais respeitosas com o meio ambiente.
Como reconhecer
Uma pergunta frequente para quem está entrando em contato com essa tendência é: como reconhecer um alimento clean label? Essa é uma pergunta importante, pois esse tipo de alimento ainda não possui uma regulamentação bem definida no Brasil e no exterior. Nos Estados Unidos, alguns comércios varejistas se organizaram para criar uma lista com centenas de aditivos que não devem estar em produtos clean label.
Um jeito simples de identificar um alimento clean label é verificar se ele é feito de produtos naturais. Ao comprar um suco concentrado de maçã, deve-se evitar adoçantes como o xarope de milho. No caso de iogurtes, é recomendado que ele não tenha conservantes como o sorbato de potássio.
Por enquanto, para conferir se um alimento é clean label, há que ler a embalagem com atenção: se apareceram vários ingredientes que você não conhece, isso pode ser um sinal de que esse alimento não pertence a essa categoria.
Uma das principais barreiras para consumir esse tipo de alimento é o preço, que costuma ser mais elevado por conta dos processos produtivos mais complexos e custosos, que envolvem pesquisa. Por isso, é bom pesquisar se existe alguma rede de produtores ou distribuidores desse tipo de alimento na sua cidade ou nos municípios vizinhos.